Arqueologia subaquática até fora d'água!
Informações, notícias e ensaios sobre Arqueologia Marítima, Náutica e Subaquática, realizadas dentro ou fora d'água.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
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Olá, vocês também podem acompanhar notícias sobre Arqueologia Náutica, Marítima e Subaquática, na página do Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos da Universidade Federal de Sergipe, no Facebook (@laaa.ufs).
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Arqueologia em àguas profundas
A indústria de exploração do petróleo em águas profundas vem proporcionando experiências sem igual com o descobrimento de naufrágios que poderiam ser estudados a partir de abordagens de Arqueologia subaquática.
Naufrágio do século XIX localizado no Golfo do México (veiculada pelo A Blog About History):
Naufrágios da Antiguidade localizados em área de futuro duto (também veiculada pelo A Blog About History):
Isso é um importante aviso para a Arqueologia brasileira em tempos de exploração do petróleo da camada Pré-Sal. Muitas dúvidas sobre o passado da Terra Brasilis poderiam ser sanadas no fundo do mar.
domingo, 13 de maio de 2012
Se você, universitário, for para Miami fazer compras...
... talvez essa escavação subaquática de um sítio-escola, em junho, em Saint Augustine, Flórida, possa ampliar seus horizontes culturais!
Na Espanha o problema são os caçadores de suvenires
Xavier Nieto, diretor do ARQVA diz em entrevista que o maior problema para o Patrimônio Cultural Subaquático em águas espanholas são os mergulhadores que coletam peças como suvenires de suas imersões.
Para mais detalhes, clique: http://www.abc.es/agencias/noticia.asp?noticia=1166502
Para mais detalhes, clique: http://www.abc.es/agencias/noticia.asp?noticia=1166502
terça-feira, 8 de maio de 2012
O naufrágio do Recreio (1971): sucata ou sítio arqueológico?
Os vestígios do navio Recreio,
encalhado em Santos, são sucata ou um sítio arqueológico de naufrágio? Essa pergunta
simples é, na verdade, de difícil resposta.
O Recreio, encalhado em Santos (1971). Extraído do site Novo Milênio: http://www.novomilenio.inf.br/santos/fotos267.htm em 08/05/2012.
O Carl Hoepcke em Florianópolis. Extraído do site do Instituto C. Hoepcke em
08/05/2012 http://www.hoepcke.com.br/instituto/foto02.htm
Luciana e Lucas medindo os vestígios do Recreio. Estão espalhados por aproximadamente 23 m de faixa de areia.
Independe da ruína do Recreio ser considerada sucata ou sítio arqueológico, ela certamente merece uma abordagem arqueológica, ou seja, sua proteção ou demolição deveria ser acompanhada e registrada por arqueólogos antes, durante e depois de qualquer ação.
O Recreio foi um
navio-boate (sim, um navio sem motor preparado para festas!) que, em 1971,
durante um forte temporal, rompeu suas amarras e acabou encalhando próximo ao
Canal 6. Um ano e meio depois foi parcialmente desmontado, dinamitado e
arrastado para fora da praia diante da estupefação e do alivio dos santistas.
A operação de remoção, entretanto, deixou parte da estrutura
do casco enterrada na areia. Com a erosão da praia, segundo artigo publicado no
Almanaque de Santos (IHGS/ Sabesp, ano 1, nº 3, 2011), a partir de 1999 os
destroços remanescentes, desenterrados, passaram a vitimar os banhistas. Anos
mais tarde o local foi sinalizado e a prefeitura, em 2006 começou a remover
pedaços de metal nas marés baixas.
Até aqui não haveria o porquê do questionamento da remoção
do restante do casco do navio: ele causa problemas à balneabilidade daquele
trecho da praia. Mas é a história pregressa do Recreio que provoca um segundo olhar sobre essa ação.
O navio iniciou seus trabalhos como Carl Hoepcke, mandado construir pela Empresa de Nacional de Navegação
Hoepcke, na Alemanha, em 1926. A sofisticada embarcação serviu à empresa
catarinense de 1927 a 1960, época em que realizou a cabotagem entre os portos
de Santa Catarina e o Rio de Janeiro.
A navegação era, então, a melhor maneira de realizar a
derrota, de forma que tanto passageiros humildes, quanto passageiros proeminentes
no cenário político e econômico brasileiro foram transportados pelo Carl Hoepcke, o que faz da nave um ícone
na história catarinense. Assim, o Instituto Carl Hoepcke, segundo o já
mencionado artigo do Almanaque, pleiteia a doação do leme do navio que,
contudo, continua armazenado em um galpão em Santos.
Minha opinião é a de que o
resto da embarcação é claramente um sítio arqueológico de naufrágio que, no
entanto, deveria ter seu perímetro de alguma forma melhor delimitado e sinalizado, evitando
que os banhistas se machuquem e que, ao mesmo tempo, permita que o público possa usufruir de um
espaço musealizado. Não seria mais uma interessante atração cultural um
naufrágio de um navio dos anos 1920, acessível a quem não mergulha, situado próximo ao Aquário, ao Museu de Pesca, diante do fortim da praia do Góis e da fortaleza da Barra Grande?
Foi com essa ideia em mente que, no último dia 06 de maio,
por volta das 9h da manhã, no pico da maré vazante, eu, Daniela Damo, Luciana Bozzo Alves, Lucas
Troncoso, Cristiane Eugênia Amarante e sua filha, a pequena Mariana, realizamos um raid aos
restos metálicos do Recreio, buscando
fazer medições básicas com trena e registros fotográficos que servissem para uma discussão
futura da importância dos vestígios.
Independe da ruína do Recreio ser considerada sucata ou sítio arqueológico, ela certamente merece uma abordagem arqueológica, ou seja, sua proteção ou demolição deveria ser acompanhada e registrada por arqueólogos antes, durante e depois de qualquer ação.
Arqueologia de estaleiros: descobertas recentes & possibilidades no Brasil
Há pouco menos de dois meses postei links sobre a descoberta de um estaleiro no Cais do Sodré, em Lisboa. Eis novo link (embora para o padrão do e-tempo ele não seja tão recente):
É interessante destacar que uma das camadas da sub-base da carreira é composta por peças de embarcações reaproveitadas.
Mais ao norte, na península Limmo, Canning Town, Londres, foi revelado pelo licenciamento de uma ferrovia, um estaleiro mais recente, o Thames Ironworks and Shipbuilding Company, cujas operações encerraram em 1912.
Nele foi construído o HMS Warrior, em 1861, o primeiro navio de guerra feito integralmente de ferro.
Mais informações nos links:
E aqui no Brasil? Haveria a possibilidade de localização de antigos estaleiros soterrados pelo avanço da linha de costa urbana? Sem dúvida!
No mês passado estive na ilha da Fumaça, em Vitória, no Espírito Santo e tive a oportunidade de tirar a foto que aparece em abaixo.
Provavelmente são os trilhos de uma antiga carreira de um estaleiro do século XX. Embora ela esteja parcialmente coberta por uma lage recente, outra porção dela, muito mais extensa, foi aterrada a bem mais tempo.
Esse é apenas um exemplo do que pode ser encontrado na interface terra/ água das cidades portuárias brasileiras. Então, vamos procurá-las!
sábado, 31 de março de 2012
Cais do Mercado Municipal de São Francisco do Sul, SC
São Francisco do Sul é uma cidade conhecida pelo seu patrimônio histórico, incluindo aquele que é diretamente relacionado às atividades marítimas, como, por exemplo, o Museu Nacional do Mar, instalado nos prédios e pontes que pertenceram às empresas Carl Hoepcke, construídos nos primeiros anos do século XX.
Um dos prédios do Museu visto a partir de um píer antes utilizado pelos vapores da Hoepcke.
Outro monumento bastante conhecido é o prédio do Mercado Municipal, construído nos últimos anos do século XIX. Do conjunto de estruturas relacionadas ao mercado destaco um pequeno, mas bastante singular, cais, registrado por mim no 'distante' ano de 2007.
Vistas gerais do Mercado Municipal.
Diversos ângulos do cais anexo ao Mercado.
Detalhes da construção do cais.
A despeito do singelo cais estar colado ao Mercado, sua características construtivas são bastante elaboradas para ter servido às atividades diárias de carga e descarga destinadas a um centro de comercialização de gêneros alimentícios e outros produtos de consumo de produção local e/ou regional. Seria ele mais antigo que o Mercado? Teria ele sido construído para o embarque e desembarque de passageiros? Posteriormente, teria sido ele apropriado pelo Mercado para, por exemplo, o desembarque do pescado transportado por canoas?
Essas e outras perguntas poderiam ser respondidas tanto pela investigação de documentação primária, quanto por prospecções de Arqueologia urbana e subaquática. É, sem dúvida, um bom mote para novos trabalhos acadêmicos.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Embarcações de Americana, SP
Em 2009, de passagem por Americana, o arqueólogo Paulo Zanettini registrou algumas das embarcações do acervo do Museu Histórico Pedagógico Municipal Dr. João da Silva Carrão. Um bom exemplo de como a Arqueologia Náutica pode servir de ponto de partida para estudos desenvolvido até mesmo no interior do estado.
Pequena canoa monóxila (feita de um só tronco de árvore), com cavernas de reforço bem destacadas.
Outro ângulo da mesma canoa, privilegiando a seção central.
Um barco de competição, bem ao gosto dos sportsmen do rio Piracicaba.
Arqueologia Marítima e subaquática em Cascais, Oeiras e Lisboa, Portugal
No mês de fevereiro foram divulgadas informações sobre trabalho de levantamento arqueológico realizado ao longo da costa de Cascais e Oeiras, na região metropolitana de Lisboa. Um dos focos principais é a área de São Julião da Barra, porta de entrada do Tejo e de Lisboa, coalhada de vestígios arqueológicos submersos. Os três links abaixo são relativos a esse trabalho.
Eis um bom exemplo de continuidade de trabalhos arqueológicos a ser seguido. Na década de 1990, o Instituto Português de Arqueologia (IPA), através do antigo Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), desenvolveu pesquisas principalmente nos vestígios da nau Nossa Senhora dos Mártires, naufragada em 1606 defronte à fortaleza de São Julião.
Em 1999 tive a oportunidade de ajudar em uma das campanhas subaquáticas... meu segundo trabalho de Arqueologia subaquática... Bons tempos de promenades ensolaradas em Belém, no Bairro Alto, no Chiado, Alfama, Castelo de São Jorge, Cais do Sodré...
Bom, deixando a seção "memories, oh my memories!" de lado, mas aproveitando o gancho do Cais do Sodré, eis outra notícia muito 'gira': a recente descoberta de uma grande rampa de madeira para o reparo e a construção naval. E não foram os primeiros achados na antiga linha de costa da Ribeira, pois também na década de 1990 foram localizados vestígios de embarcação durante a escavação da estação do Metrô do Cais do Sodré, mas também na praça do Município, que fica nas proximidades.
Detalhes no link:
Para quem quiser se aprofundar sobre a Arqueologia Marítima e subaquática portuguesa sugiro pesquisar no endereço do IGESPAR (Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, herdeiro do IPA) qual relatório mais lhe apetece em baixar:
Há também o site do Ship Reconstruction Lab do Institute of Nautical Archaeology (INA), da Texas A & M University, onde há material especialmente sobre a N. S. dos Mártires, cujo projeto foi denominado Pepper Wreck, uma alusão à carga de pimenta do reino que a nau transportava (e que forma um dos estratos arqueológicos do sítio).
http://nautarch.tamu.edu/shiplab/
http://nautarch.tamu.edu/shiplab/
Por fim, já que neste blog há menos amarras acadêmicas ou comerciais para mim, vale sugerir a música dos irmãos Kleiton e Kledir, 'Vira virou'. Tem a ver com o tema da postagem... ou não!
Para a identificação: Kleiton é o de óculos.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Localizado o quarto canhão no trabalho arqueológico do Porto Maravilha, Rio de Janeiro
Foi localizado, na semana passada, mais um canhão do século XVII durante os trabalhos arqueológicos do Porto Maravilha.
Para saber mais:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/canhoes-na-mira
Segundo informações da matéria, os canhões previamente localizados estão satisfatoriamente armazenados, mas ainda não passaram por processo de conservação preventivo.
Para saber mais:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/canhoes-na-mira
Segundo informações da matéria, os canhões previamente localizados estão satisfatoriamente armazenados, mas ainda não passaram por processo de conservação preventivo.
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