Essas fotos são da área do porto de Barra do Itapemirim, município de Marataízes, ES. Foram tiradas no final do ano passado. Embora o local continue a ser utilizado como porto de pesca e área de lazer/ cultura, ainda falta muito para uma revitalização completa, incluindo o restauro do edifício do Trapiche que, no mínimo, precisa de um trabalho de consolidação das ruínas.
O antigo porto de Itapemirim apresenta estruturas muito interessantes para a compreensão da dinâmica dos portos médios, pois ele teve um movimento considerável até meados do século XX – maior que o porto de Benevente (atual Anchieta), mas menor que o de Vitória. Como parte dos meios de transporte que promoveram o seu desenvolvimento temos as linhas regulares de navegação marítima a vapor – desde meados do século XIX – além de uma linha de navegação fluvial a vapor que chegava até Cachoeiro do Itapemirim.
Saiba mais sobre a navegação fluvial:
Soma-se a elas a abertura de uma ferrovia, que nas primeiras décadas do século XX conectou o porto a Marataízes, a Itapemirim (sede), às usinas de cana-de-açúcar, tal como a Paineiras, até hoje em funcionamento e, por fim, Cachoeiro.
Saiba mais sobre a ferrovia:
Estrutura do cais de pedra, na área do Trapiche
E para que tudo isso funcionasse em conjunto foram construídas estruturas, equipamentos e edificações que faziam a intermediação entre a terra e a água, entre a carga e descarga das mercadorias, entre o embarque e o desembarque dos passageiros.
Muro de pedra do cais do Trapiche
Prolongação do cais do Trapiche. Pilares para sustentar os trilhos da ferrovia?
Escada e rampa de acesso do cais do Trapiche ao rio
Apesar do porto de Barra do Itapemirim ter essas ruínas remanescentes do cais construído sob a lógica capitalista, sobrevivem algumas atividades e paisagens que remetem a tempos anteriores.
Assim, tendo como base o que ainda se pode ver no local, acredito que o porto de Barra de Itapemirim guarda um grande potencial arqueológico, tanto em sua porção emersa, quanto embaixo d’água.